A minha HippA

Agora deu-me para isto e só posso atribuir à idade avançada :)
Depois de passar à frente de uma montra com o vidro demasiado limpo e reflector, decidi que o meu animal de “estimação”, “eleição”, “colecção” passa desde já a ser o Hipopótamo!

Foi um animal a quem nunca liguei muito, dei de comer uma vez a um e considerei-o um pachorrento e alarve, mas fiquei por ai. Considerei-o esperto por passar o tempo deitado em água morna a espreitar quem passa.

Mas tirando isso a minha opinião sobre o “bichinho” aproximava-se muito do “burro, não faz nada o dia todo”.
Um “bicihinho” por quem ninguém se interessa muito, pelo menos no Zoo não costuma ter muitos visitantes.

Acredito que numa qualquer encarnação fui um lagarto deitado ao sol nas areias do Egipto.
Gostaria de ter sido águia-real, para voar bem alto e fazer um ninho em sítios escondidos (muito parecido com o meu conceito de “ilha deserta de palmeiras e bananeiras”).
Para estar encostado a mim, nada melhor do que um cão.
Para observar, o ideal é uma tartaruga.
Para abraçar, um chimpazé (ainda vou conseguir um dia)
Para ouvir cantar e refilar, periquitos e canários.
Para coleccionar, rãs verdes, pequeninas com grandes olhos.
Para adorar, corujas durante a noite no meu carrasqueiro.

Pronto, pelo que me lembro, nada de estranho.

Nada de estranho até agora, claro. Este interesse súbito pelo hipopótamo nasceu mesmo daquela maldita montra.

Posso até ter sido um lagarto mas decididamente agora sou um hipopótamo ou hippo, se quiser ser mais simpática.
Ou melhor uma HippA.

Sendo assim, decidi que
- vou saber tudo sobre eles,
- que vou coleccionar HippAs,
- vou desenhar HippAs,
- vou pintar HippAs.

E por último, cheguei à conclusão que talvez tivesse avaliado mal o carácter dos hipopótamos e vou dar-lhes uma oportunidade.

Esta é já a HippA que começa a surgir, não faço ideia o que vou fazer com ela, mas decididamente … até vai enjoar!
Ou seja, será tão chata, tão chata … que obrigatoriamente passará a ser relacionada comigo.